quinta-feira, 14 de maio de 2015

Uma paixão real - Medo - Cap 04


Caminhava ao lado de minha mãe, em direção ao portão central, onde eu veria pela primeira vez a "princesa" que sempre sonhei, mas no momento em que eu deveria estar mais nervoso, eu não estava, eu só conseguia pensar nele, nos seus lábios encostando nos meus, no seu toque apressado e delicado, no seu corpo encostando mesmo que de leve no meu, ele é maravilhoso.

*pigarro*
–John! Essa é a Karine.- Disse minha mãe, e foi quando percebi que havia uma mulher na minha frente.
Oh! perdão! você é tão bela que esqueci de me apresentar- Sorrio. Noto que ela fica um pouco vermelha. -Meu nome é John, e é um prazer conhecê-la.
Ela é tem longos cabelos loiros e olhos azuis muito belos "nada que o Scott não supere com aqueles cabelos e olhos negros, que me tiram o ar" "calma John, ela é seu futuro, não ele, ele não pode manter todo o luxo que você tem..ela pode"... Entramos e conversamos bastante, ela não é tão parecida comigo em relação a gostos mas é uma pessoa agradável de se conversar, ela é simpática e compreensiva e me parece muito esforçada também, mas eu não conseguia parar de pensar nele, pode-se até dizer que estou sendo mal educado por parecer tão distraído, em qualquer canto da casa que eu fosse ele não estava, isso estava começando a me preocupar bastante.
*um dia depois*
Me encontro sentado no “nosso” banco do jardim, já é noite e faz um dia que não vejo o Scott “será que ele foi demitido? Mas ele não fez nada.. será que ele fugiu? Me usou e foi embora?” eu me odeio por estar pensando isso, uma lágrima escorre pelo meu rosto “viu, eu falei pra não se envolver com ele, avisei que ele só queria brincar com você, e agora você está ai chorando por alguém que conheceu um dia desses” sorrio, no fundo eu sempre pensei nisso, eu deveria ter seguido meu próprio conselho, mas eu sou burro sabe, mas o que eu sentia por ele era real em momento algum eu precisei fingir ou ser algo que não sou, foi tudo tão espontâneo e sem planejamento..mais lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Oi? Atrapalho algo?
É a Karine
–Ah! Oi, não atrapalha nada não.- Enxugo o rosto.
O que houve? Te procurei por todos os lugares e olha que essa casa é enorme.
–Nada não- Forço um sorriso –Só não estou muito bem.
–Pode sempre contar comigo, te devo isso- Ela da um tapinha de leve no meu ombro.
Uhum, muito obrigado- Mas isso não é algo que eu possa dizer pra ela “Sabe Karine, eu estou apaixonado pelo faxineiro e agora estou sofrendo porque não o encontro em canto nenhum”
Sabe, quando meus pais chegaram em mim pela primeira vez dizendo que eu iria viajar para conhecer meu “noivo” eu me desesperei, eu pensei que seria o fim do mundo, e se eu não gostasse do cara? E se ele fosse um mané rico? E se ele não gostasse de mim? E se eu tivesse que mudar para que ele gostasse de mim? Essas perguntas me assombravam toda vez que pensava nesse assunto, mas a que mais me assustava era “ e se eu tiver que me casar sem amar?” aah eu chorei tanto – Ela sorri – Mas quando eu te vi e que nós conversamos, percebi que mesmo não tendo gostos muitos parecidos e mesmo sem sabermos nada sobre o outro, senti que com você eu podia ser eu mesma-
“Engraçado..é a mesma coisa que o Scott me disse na primeira vez que conversamos”
–Eu não quero que seja obrigado a gostar de mim, e não vou força-lo a me amar, só quero que saiba que eu adoraria passar minha vida com você.- Ela me encarou.
Eu não sabia o que falar, aquilo me surpreendeu, tudo que consegui foi ficar encarando-a com cara de idiota.
Um Beijo.
Ela me beija, nervosa e carinhosamente, logo depois sai correndo para dentro.
Fico ali, cheio de pensamentos,sentimentos e muitas outras coisas, todas me atravessando de uma só vez, mas o que me surpreende “ou não” é o fato de que eu não sinto a mesma coisa, o beijo do Scott faz meu coração acelerar, meu corpo todo arrepia e me faz desejar mais. O beijo dela é bom e me traz desejo, mas é um desejo que qualquer homem sentiria ao beijar um bela mulher mas é só isso, nada além do desejo físico “acho que estou mesmo apaixonado por ele, mas não posso, não depois do que meu irmão fez com o pai, não posso deixa-lo naquele estado de novo”.
Quando estava voltando para o meu quarto, eu vi o Scott, ele não me parecia tão bem, mas senti um alívio em vê-lo.
Eu estava procurando por você.- O abraço bem forte, só tinha nós dois lá, então não tinha problema – Onde esteve o dia todo até agora?.
–Eu sai para comprar algo.
–hmm..você está bem?- Ele estava frio, não parecia o mesmo.
 sim, só meio cansado, alias vou indo.- Começa a se afastar, mas eu agarro a barra do seu terno e o puxo, quando ele vira eu lhe beijo, ele não protesta mas também não corresponde, simplesmente sorri e desaparece pela casa.
Deito em minha cama “como as coisas mudaram tão rápido? O que houve com ele?” tudo isso me preocupa muito, mal o conheci e já tenho tantos problemas, tantas coisas.. “quando comecei a me importar tanto?”
Adormeci.
Acordei com o sebastian batendo na porta.
Bom dia, Sebastian.
–Bom dia, senhor meu nome é Justino.
–É o sono, desculpe.- Sorrio
Estou aqui para pegar o terno que o senhor usou ontem, pois irei levá-lo para a lavanderia.
–Um segundinho.- Pego o terno e entrego para ele. – Ai está.
–Senhor! Esqueceu isso no seu bolso.- Ele me entrega um pedaço de papel que estava no boldo do terno e sai.
Que conversa estranha.-Coço a cabeça e dou uma olhada no papel.
Não acredito que beijou ela.
“Era a letra dele, não havia duvidas, ele viu e é por isso que estava estranho ontem...mas eu não beijei, ela que me beijou...preciso esclarecer as coisas”
Desço correndo e o vejo pela janela, no jardim, ele saia com uma bolsa nas costas e uma caixa, havia também um taxi parado no portão lateral da casa “Não pode ser!”meu coração congela. Corro em direção ao jardim.
SCOTT!!.- grito ainda arfando.
O que esta fazendo aqui? Pensei que estivesse dormindo.
–Eu que pergunto, porque está indo embora?.- não é como se eu não soubesse o motivo.
Eu não quero mais te ver, e se continuasse aqui por mais que eu fugisse, hora ou outra acabaria dando de cara com você e eu não quero isso.. Sabe, no começo até pensei que “eu e você” pudesse dar certo, pela primeira vez me senti atraído por alguém e pensei que esse alguém também gostasse de mim, mas, me enganei.
–Foi um engano Scott, foi só um beijo.
–Nunca é só um beijo- uma lágrima escorre pelo seu rosto. – Você sabe disso.
–Mas...- Eu não sabia o que dizer, pela primeira vez senti medo, medo de perder alguém.- mas... Eu te amo.- saiu sem que eu percebesse.
E como tem certeza disso?.
Não consegui responder, minha cabeça estava confusa, eu só não queria perde-lo.
Viu, não ama não John.-Ele sorri.- Adeus.
Vejo-o se afastar e não consigo fazer nada, vejo aquele táxi se afastando, vejo a pessoa mais incrível que já conheci, se afastar cada vez mais. Isso é horrível, tudo parece destruído, acabado.. Só quero que ele volte.
Meu nome é John, e por causa da minha covardia eu perdi o faxineiro.

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