sexta-feira, 15 de maio de 2015

Uma paixão real - Um sorriso Singelo - Cap 10

Eu não suportaria vê-la beijando o Scott. “Desculpe Scott, não pude suportar mais. não poderei cumprir nossa promessa”. Ele me lançou um olhar assustado mas logo sorriu, como se dissesse “Esta tudo bem”.

A Karine me parecia bastante satisfeita, estava com um sorriso estampado no rosto e parecia nem se esforçar para esconder.

-Como eu sou uma pessoa muito boa, te deixarei escolher a cor que vamos usar no nosso casamento.- Ela falava com o Scott, meu sangue fervia em raiva. “essa mulher é a pior”. Achei que o Scott não fosse responder a provocação dela, mas, para minha surpresa ele respondeu.

-Hmmmm...Sempre gostei de preto, é uma bela cor, mas o John fica muito sexy de vermelho..então eu diria vermelho com certeza.- Ele piscou pra mim.

Lembrei-me que na nossa primeira noite juntos, na primeira vez que nós... eu usava uma Box vermelha e lembro que ao acordarmos a primeira coisa que ele falou era que eu ficava muito bem de vermelho. “Até nessas horas esse homem consegue ser um completo pervertido... E o que há com ele? Como consegue ficar tão calmo?” . O que mais me intrigava é que ele puxava assunto com ela, parecia querer que ela permanecesse distraída, e foi ai que escutei um barulho, depois outro mais perto, até ver as paredes que estavam atrás do Scott começarem rachar. “Vai cair encima dele” . Eu tinha que fazer algo, elas estavam cada vez mais rachadas.

Tenho que fazer alguma coisa!”

Tenho que fazer alguma coisa!”

Tenho que fazer alguma coisa!”

Tenho que fazer alguma coisa!”

Não tinha muito tempo para pensar, eu só sabia que não poderia deixar aquilo cair nele. Eu não tinha mais tempo...

-SCOTT!!!- Gritei enquanto corria com a cadeira ainda amarrada ao meu corpo. “Sorte que minhas pernas estavam livres”. Bati com força nas costas da cadeira do Scott o jogando pra frente.

Eu não suportaria perdê-lo de novo”

“de novo?”

“O que?”

“O que está acontecendo?”

Abro os olhos, não estou naquele lugar, não mais, estou parado em frente a um enorme portão, na minha frente tem um garotinho...”Quem é este garotinho?”. Vejo o Justino aparecer. “Noooooossa!! Ele está beeem mais novo.”

-Como foi na escola John?- Ele falou, sorrindo e abrindo o portão para o garotinho.

-Foi divertido!- O garotinho era bastante sorridente. Ele deu um abraço no Justino e entrou correndo. – Scott! Scott!- Chamava ele por todo lugar.

Foi no momento em que vi outro garotinho sentado no banco do jardim, ele chorava, estava com o braço machucado, estava sozinho, mas ao ouvir o chamado do garoto que parecia ser “eu” mais novo, ele enxugou as lágrimas e em seu rosto apareceu um grande sorriso, ao se aproximar do garotinho que tanto o procurava, ele o abraçou enquanto tentava esconder o machucado, mas não funcionou, o Johnzinho viu e praticamente o arrastou para dentro de casa, onde fez um curativo mal feito, mas ele se esforçou, quando terminou o curativo ele levantou e deu um beijo na cabeça do Scottinho que ficou vermelho instantaneamente, aproveitando o momento, Scottinho segurou o rosto do Johnzinho e o beijou, surpresos ambos ficaram vermelhos, mas ao terminar o beijo, sorriram.

-Promete que vai ficar comigo pra sempre?- Falou o moreninho.

-Prometo- Respondeu o ruivinho, enquanto pegava seu dedo mindinho e unia com o de seu amigo, e assim selaram uma promessa.

Pensando bem, era como se mesmo novos eles já tivessem noção de seus sentimentos.

Eles não...Nós” .

Isso provavelmente foi uma parte de minhas lembranças, aquelas que por conta do acidente vim a esquecer. Sorri. Meus sentimentos por ele sempre foram verdadeiros e singelos. Eu não me interessava por nada que ele tinha, ou que pudesse futuramente ter, eu me interessava pelo que ele era.

Tudo fica escuro. Não enxergo mais nada.

Não estou assustado, lembrar disso me fez bem, ainda sorrio, por algum motivo eu não acho estranho vagar pelas minhas lembranças, pois eu lembro que me sacrifiquei para salvar aquele que sempre amei, estou bem em morrer assim.

-Oooh sim..Eu com certeza não me importaria de morrer por ele, seria uma coisa boa, pois eu teria certeza de que ele estaria vivo e bem, finalmente livre daquela família.- Sussurrei para o nada. – Sabe..Eu realmente amo o Scott, e esse sentimento é o que há de mais puro em mim...em nós.

Já fechava os olhos, me entregaria a aquela sensação de paz, me entregaria de vez ao destino, aquilo era bom, sem peso, sem arrependimento, todos temem a morte, mas no final...ela é agradável.

“-Promete que vai ficar comigo pra sempre?.

-Prometo.”

Escutei nossas falas, meus olhos se abriram, e a sensação de calma passou, agora eu estava com medo, a promessa estava lá o tempo todo, eu precisava cumpri-la, seria muito egoísta se eu apenas me entregasse de vez. Imagens do Scott começaram a passar pela minha cabeça. Todas de uma vez. Nossos momentos juntos, nossas lágrimas, seu sorriso, seu abraço, seu toque.. tudo num turbilhão que acelerava cada vez mais meu coração. Eu começava a me desesperar.

 “Como vou sair daqui?”

Parecia que quanto mais eu tentava lutar contra isso, mas aquilo me tomava, cada vez sentia menos meu corpo, e lembranças ruins começavam a parecer em minha mente. Lembranças que eu não sabia que tinha.

-Eu não gosto de você- Dizia o Scott, parado de frente pra mim. Mas ele não olhava nos meus olhos, ele olhava nos olhos do John de 15 anos que estava ali, parado de frente pra ele, o John que começava a chorar ao ouvir aquilo. –Eu não gosto de você, nunca gostei, meu interesse sempre foi o seu dinheiro, mas agora não preciso mais de você.- Ele deu as costas para mim e se foi.

Tento segurá-lo, mas eu o atravesso, sigo o Scott até dentro da casa. Deixo-me chorando sozinho..no jardim.

-Muito bem Scott – Vejo meu pai acariciando sua cabeça. O Scott está chorando muito. –Vamos, vá pra casa, não quero que ele o veja chorando, não quero que ele descubra que você mentiu pra ele.

Corro até o John e o agarro pelos ombros, mesmo sabendo que ele não pode me escutar eu grito, grito, grito. A mesma coisa.

Ele te ama!”

Ele te ama!”

Ele te ama!”

Tudo começa a desaparecer novamente, e é quando vejo o Scott se afastando, cada vez mais longe, o seu sorriso vem novamente a minha mente mas logo é substituído pela cena dele se afastando. Agora eu choro e noto que meu corpo está começando a desaparecer.

Não quero abandoná-lo”

Meu nome é John e eu estou morrendo.

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