Eu não conseguia chorar, nem sorrir, eu não conseguia fazer nada. “O que será da minha vida sem você?”. Ele chegou de surpresa na minha vida, e sem pedir permissão começou a morar nela e de repente me vejo expulsando ele de lá, quando na verdade não quero que ele vá.
*Batida na porta*
Abro e noto que é um dos empregados.
–Acho que o senhor esqueceu isso no porão.- Ele me entrega uma pequena caixa embrulhada.
–Obrigado!- Ele sai.
Aquilo não era meu mas havia meu nome escrito no embrulho, lá dentro havia um colar com uma chave e um coração. “é a letra dele”
É muito vergonhoso te dar isso, mas, eu queria que você a tivesse, então não seja idiota e aceite e a use.
Não pude deixar de sorrir ao ler, “Se você vai me deixar, ao menos lembre de jogar no lixo.Idiota.” Fitei aquela chave por um bom tempo mas não entendi o que significava nem o porque dele me dar uma chave, mas não importava mais, eu já tinha perdido ele.
*3 dias depois*
Palavras não conseguem descrever o que estou sentindo, nem mesmo eu, consigo entender, minha mente ainda não aceita que ele se foi, e esse medo que cresce e não para, medo de nunca vê-lo, de nunca mais ouvir sua voz, nunca mais sentir seu toque. “É uma história que se complicou e eu sei bem o porque.”
–A culpa foi minha! Toda minha!.
*5 dias depois*
Eu venho tentando esquecê-lo, na verdade eu não quero esquecê-lo, o Scott foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, mas toda vez que lembro dele, lembro do seu sorriso de adeus, da lágrima que ele deixou cair por minha culpa. Naquela hora eu sabia que deveria ter corrido e o abraçado e dito tudo que eu sentia e se fosse necessário, devia ter partido com ele, mas eu já estive do lado Scott da história e sabia que mesmo fazendo mal pra ele, ele perdoaria, eu não pude ir atrás dele e ainda não posso, minha família precisa de mim, por isso tenho que esquecer esses sentimentos e esquecê-lo logo.
*7 dias depois*
Toda vez que cai a noite, eu não consigo dormir, meu coração acelera e eu sozinho aqui, impossível não pensar nele, ainda lembro-me do beijo, um único beijo, mas que teve o poder de mil. “Quando esse sentimento horrível vai me abandonar?”. Saio e sento no “nosso” banco do jardim.
–Parece que ele realmente nos deixou amigo- dou tapinhas no banco. –Parece que agora seremos só eu e você.- “Eu tenho que parar de vir chorar neste banco” Sorrio e uma lágrima desce. “Essa vai ser a minha ultima lágrima, essa vai ser a última vez”
–Tenho que parar de aparecer nas horas que você estiver chorando.- Ela se senta do meu lado.- O que houve? E não me diga que está tudo bem, por favor, deixe-me ajudar.
–O beijo- “eu não posso contar”.- Aquele beijo que você me deu.- “Ela vai se sentir culpada..eu não posso.” – Ele viu o beijo, por isso ele se foi.-“ Mas eu não posso falar para mais ninguém” –Ele se foi.
–Quem?- Ela segura minha mão que já começava a tremer.
–O único homem que já amei de verdade.- Tapo a boca com a mão ao perceber o que acabei de dizer. “Essa palavra de novo, como posso dizer ama-lo, se nem sei o que é amar, eu sou um covarde.”
–Como posso dizer que o amo se nem sei o que é amar? Ou algo assim, é isso que está pensando, certo?.- Ela não olha pra mim, nem se move, fica apenas fitando o céu enquanto fala. –Já me senti assim, gostar tanto de uma pessoa e querer tanto estar ao lado dela. E eu acho que isso é amor, é amor quando você tenta esquecê-la mas sua mente não deixa, é quando você fica lembrando dos momentos que passou com ela, por mais babacas e curtos que tenham sidos, agora eles lhe parecem mais preciosos do que nunca, quando você a perde e a tristeza não passa – Ela agora olha nos meus olhos. – Eu não sei quem é esse homem, nem o que aconteceu... mas se você o ama de verdade, precisa ir atrás dele, senão você vai se arrepender pro resto da sua vida por não ter ido –Uma lágrima escorre pelo seu rosto. – Mas você não deve falar muito, fale o necessário
Lembrei-me da chave, agora tudo fazia sentido, me senti culpado por deixa-la lá, mas eu realmente precisava ir.
Cheguei no quarto e peguei a chave e percebi que na embalagem do presente havia escrito um endereço e eu sabia onde era. Peguei as chaves do carro do pai e saí.
Quando cheguei na casa do endereço, bati na porta, mas ninguém respondeu, coloquei a chave na fechadura e implorei para que abrisse.
*Click*
–Abriu!- Falei meio alto.
Entrei e estava tudo escuro, só senti quando tropecei em algo, era grande e se moveu um pouco. “SCOTT!”
–Scott!!- O levantei e balancei. – Meu deus, você ta bem?.
Ele “despertou” assustado e ao me ver ficou mais assustado ainda.
–Você a usou- Ele sorriu, era um sorriso verdadeiro, não havia duvidas.
Eu o beijei, ele no começo parecia confuso mas logo correspondeu o beijo, senti suas mãos em meus cabelos e logo depois descendo e me suspendendo, me levou ao seu quarto ainda me beijando, caímos na cama, ele tirou a camisa “Esse corpo é perfeito, Scott, meu deus grego”. Logo ele tira a minha também, e me abraça.
–Eu te amo Scott, não consigo e não quero viver sem você.
Ele sorri de canto a canto.
–Achei que você não ia perceber isso, idiota, você demorou demais.
Meu nome é John e eu amo o faxineiro.
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